top of page

Cannábis, da irreverência da adolescência à destruição social e familiar.

  • Foto do escritor: Bigas
    Bigas
  • 17 de mar. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 14 de nov. de 2020

Um Vírus na sociedade que avança silenciosamente, pandémico, mas silenciado nas esquinas da vergonha, da miséria que arruína famílias, lares, mas que pouco se faz para combater.


Começo por escrever situações que nem sempre são transparentes no sinuoso percurso de formação de um adolescente. Tantos miúdos percorrem o ensino básico com medianas notas e baixa auto-estima num percurso cada vez mais competitivo e de ensino diferenciado, favorecendo aqueles que rapidamente aprendem, distorcendo as dificuldades de outros, fazendo-os avançar até ao limite de serem lançados num mundo para o qual não estão preparados.




Apresentado ao Mundo


Aos 15 anos todos os miúdos entram num ensino secundário ou profissional cheios de esperanças de um futuro profissional que passe por entrar no ensino superior ou por entrar rapidamente no mundo do trabalho, mas eis que aos 15 anos os miúdos, incubados numa sociedade globalizada castradora de um crescimento livre, fechados em apartamentos, descobrem que a vida é deslumbrante, entram em grupos de amigos novos onde há sempre o fantástico amigo-do-amigo que se apresenta com o seu primeiro CHARRO - Cigarro de haxixe ou marijuana. (Equivalente no português do Brasil: baseado.) = BROCA, GANZA, PICA


"charro", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/charro [consultado em 17-03-2020].


Simplesmente dão uns "bafos", incitados pelo grupo onde é apresentado este estupefaciente num primeiro contacto com esta dura realidade. O deslumbramento é enorme, principalmente para quem tem uma baixa auto-estima e não acredita em si, mas vê naquele grupo uma referência de liderança e sucesso que até atrai o sexo oposto...

É apresentado para experimentarem uma vez, duas vezes, depois juntam uns trocos e vão ter com o dealer |dílèr| ,(palavra inglesa) Vendedor de droga em pequenas porções. = PASSADOR.


"dealer", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/dealer [consultado em 17-03-2020].


Imaginem agora aqueles miúdos que pela primeira vez ficam o dia todo por sua conta, os pais trabalham até tarde e a rede, a teia montada em torno destes miúdos é muito dura.



"Não percebes nada, Pesquisei no Youtube"


Fazem 16 anos, depois de começar a fumar com regularidade, muito bem informados ou desinformados por quem lhes vende o mundo das mil e uma noites, começam o percurso de auto afirmação ou destruição, Quase de uma forma obsessiva sabem tudo sobre os canabinóides e as sua potenciais maravilhas, para além de saberem de outras drogas leves ou pesadas, vêem compulsivamente vídeos no youtube, no instagram ou whatsapp a vender as maravilhas das substâncias psicotrópicas, começam as pequenas mentiras, as saídas...o isolamento da familia.


Conhecem os termos comoTetraidrocanabinol (THC) vs. canabidiol (CBD)], sabem as diferentes composições de cada uma das "cenas que compram" a um qualquer dealer numa esquina da cidade, seja Amadora, Lisboa, Porto ou Gaia e trocam mensagens de whatsapp sobre a legislação que terão de contornar, combinam encontros e assumem cada vez mais este percurso.


A família, da esperança ao desespero!


Chegaram os 17 anos, presos a um crescente consumo, vão juntando uns trocos para comprar umas doses, ficam com os contactos dos "dealers" e rapidamente são conhecidos pela sua dependência, o preço aumenta, a oferta diminui, são tentados a procurar dinheiro que não têm, pensam em trabalhar, deixando de lado os estudos.


O fracasso escolar advinha-se, o rendimento é baixo e rendem-se ao "dolce far niente" , desleixo desorganização mental e obsessão por fumar uma ganza, nem que para isso tenha de entrar na pequena delinquência. Quando der conta, a influência do grupo e a imaginação levam ao furto, esperam que os avós, com pensões miseráveis, abdiquem do seu rendimento para lhes dar uma nota, "para o que tu quiseres".


Para ajudar, o sistema de ensino, de baixa qualidade para onde são remetidos estes miúdos do terceiro ciclo do ensino básico não assegura estruturas para evitar estas situações. Alguns destes estabelecimentos de ensino, acredito que tenham conhecimento e não fazem nada para afastar estes miúdos do perigo, dando a sensação que até estão comprometidos com este negócio próspero, do trafico de droga em escolas secundárias e profissionais de zonas menos favorecidas.


Um dia, estes miúdos, dizem que os pais são tóxicos, não lhes dão liberdade. Quando não resistem ao chamamento exterior para ir consumir, a mentira passou a ser o seu hábito, desde enfrentar os pais ao confronto físico, são passos muito curtos e o descontrolo instala-se, na realidade, entraram num caminho divergente em relação aos valores, educação que tiveram até então. Querem roupa de marca, telemóvel, carregamento regular do telemóvel, ginásio... mas nada os satisfaz, isolam-se no quarto ouvem musica de fraca qualidade e depressivas.., menos mal mas até ouvem #bob #marley que é a referência da geração dos seus país e até avós, querem #netflix...com as séries com que se identificam #breaking_Bad. Mas apenas querem sem aprenderem nada de útil.


A dependência instalada!


A dependência de cannabis envolve fenómenos comportamentais, cognitivos e psicossociais que se desenvolvem após o consumo repetido.


Quando dá por isso, a dependência está instalada manifestando-se vários destes comportamentos descritos, e agora?


a) Um forte desejo ou compulsão para consumir a substância;


b) Dificuldades em controlar o comportamento de consumo da substância em relação ao ato de consumir, interrupção e padrão de consumo;


c) Síndrome de abstinência perante a redução ou cessação do consumo da substância, designadamente: síndrome de abstinência característico da substância; uso da substância (ou outra relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar a síndrome de abstinência;


d) Evidência de tolerância, com a necessidade de doses crescentes da substância para atingir os efeitos originalmente obtidos com doses mais baixas;


e) Uma negligência progressiva de interesses e actividades alternativas devido ao consumo da substância psicoativa, despendendo grande quantidade de tempo em actividades necessárias à obtenção e utilização da substância e recuperação dos seus efeitos;


f) A utilização da substância é continuada apesar da existência de consequências danosas, tais como, danos no fígado devido ao excesso de consumo de álcool, estados depressivos devido a períodos de consumos pesados ou desajuste cognitivo relacionado com o consumo da substância; devem ser realizados esforços para determinar que o consumidor está, ou pode vir a estar, consciente da natureza e extensão do dano devido ao consumo (OMS, 1992)




Conclusões:

O consumo de cannabis está associado a diversos efeitos neuropsicológicos em adolescentes e adultos jovens. O consumo precoce potencia a dependência posterior e um desenvolvimento anormal da cognição e função cerebral.


É urgente a adoção de medidas de prevenção desta prática nestas faixas etárias, especialmente vulneráveis.


Por Favor ACABEM COM ESTE VÍRUS.



 
 
 

Comments


bottom of page